21 de maio de 2021
No dia 29 de abril abrimos o 1° Fórum – Projeto Juventude e Ecologia: Ver, Refletir e Agir, com o tema “Eu, mulher indígena”. A live foi realizada através do Google Meet, no turno da tarde, reunindo coordenação do Projeto Social, educadores, os jovens dos núcleos de atividades do Projeto Social, estudantes e lideranças de outras escolas e instituições parceiras. As convidadas do nosso bate papo foram Fernanda Vieira (indígena, mestiça, escritora e doutoranda) e Papiõn Cristiane Santos (indígena, coordenadora do Projeto Observatório Cultural das Aldeias – OCA – e dos Piá bonecos Étnicos).
Com a acolhida inicial, feita pela diretora adjunta Mônica Santos, a jovem Vitória Lousano faz uma intervenção cultural interpretando poema da convidada Fernanda. Um trecho do texto diz “Eu não falo só, meus ancestrais caminharam antes, para eu estar aqui.” Fernanda nos conta sobre sua trajetória, sua descendência, os preconceitos e estereótipos enfrentados pela mulher indígena, relata ainda a descoberta de sua identidade e esclarece a todos que a denominação correta é “indígena”, e não “índio”. “Eu sou da cor da terra”, acrescenta. Em sua fala, também pautou a sustentabilidade, abordagem cuja ação os indígenas já desempenhavam antes mesmo da prática de consciência ambiental ganhar mais espaço em nosso país.
Na segunda intervenção cultural, a ex-aluna do Projeto Social, Thayssa, interpreta texto sobre a miscigenação do Brasil, de autoria da nossa próxima convidada, Papiõn Cristiane Santos, que aplaudiu e teceu muitos elogios ao desempenho da jovem. Em sua fala inicial, Papiõn critica o homem pela imagem errada propagada ao longo dos anos sobre a mulher indígena e destaca a importância de reivindicarmos a verdadeira raiz brasileira, que é oriunda dos povos indígenas.
A convidada relata sobre sua trajetória e experiências de vida, como a origem no Oiapoque e a vivência no Rio de Janeiro. Nos conta como foi conquistar seu reconhecimento como ativista na defesa da cultura indígena e o potencial de sua gente para a conquista de diferentes espaços na sociedade. Falou também sobre seu trabalho no Observatório Cultural das Aldeias – OCA, coletivo que consiste na defesa dos direitos humanos e os desdobramentos da busca pelo pertencimento do indivíduo que se autodeclara indígena e quer reconhecer sua identidade e ancestralidade.
Com abertura para perguntas, os participantes pautaram questões como a realidade dos povos indígenas no enfrentamento à covid-19; sua religiosidade, as distorções das lendas e do folclore; a rica culinária indígena; e diversas outras curiosidades.
Confira nas imagens como foi este rico encontro!